sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O mercado de trabalho no Brasil já apresenta sinais de enfraquecimento



O mercado de trabalho está aquecido, isso quase todo mundo sabe, mas será que essa situação irá durar muito tempo? Evidentemente que se a economia não apresentar melhora em termos de crescimento, teremos mudanças bastante razoáveis no nível de emprego no Brasil. Algumas pesquisas já estão mostrando que a falta de crescimento a uma taxa considerada adequada já está afetando a busca por emprego.  A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE traz mensalmente informações sobre a oferta de mão de obra. Ou seja, a respeito das pessoas que estão em busca de um emprego. 
Entretanto, não informa de forma adequada a respeito das vagas que as empresas ofertam para as pessoas que estão procurando emprego. Aqui, a situação parece ser um pouco diferente, tem havido um aumento na dificuldade de se conseguir emprego. Muito embora ainda está muito mais fácil de se conseguir uma nova colocação do que, por exemplo, nos anos da década de 1990. Mas, já existem sinais claros de que o ritmo fraco da economia está afetando negativamente a quantidade, a qualidade e a facilidade das contratações. 
Um índice recentemente criado pela Catho e pela Fipe/USP, Vagas por Candidato (IVC), é uma excelente forma de se medir a qualidade e o nível de oferta de emprego no País. Quanto maior esse indicador, mais favorável o mercado está para o trabalhador. Por exemplo, em 2012, ele fechou com uma média de 0,75, ou seja, 0,75 vaga por candidato, resultado pior que em 2011 (0,77) e 2010 (0,95). Dessa forma, é possível estimar que a concorrência por uma vaga foi mais acirrada em 2012 que nos dois anos anteriores. Com o IVC, se consegue saber que a relação candidato/vaga não está no pico. De acordo com a análise desse índice, em 2012 não foi o melhor momento para o mercado dos últimos 10 anos. 
Outro índice, o de Salários Ofertados, também pode ajudar a acompanhar e compreender a situação do emprego no Brasil. De 2010 para cá, os salários ofertados cresceram em ritmo menor que os de fato contratados. Mas isso é uma tendência que está mudando. De novembro de 2011 até o mesmo mês do ano passado, o salário médio oferecido pelas empresas subiu 14,1%, enquanto que o salário médio de contração avançou 13,7%. Dessa forma, é possível dizer que o mercado não está muito aquecido como se imagina, esse fato faz com que diminua o poder de barganha do trabalhador. 

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