segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Campanha

Dossiê - A Campanha Contra a Arena Palestra 
Redação PTD - 10/12/2012 - 10:34h.
CAPÍTULO 7
A CAMPANHA CONTRA A ARENA PALESTRA
Arena Palestra Itália ou Nova Arena, como é chamada pelos milhões de palmeirenses distribuidos pelo globo terrestre, será a nova casa de futebol da Sociedade Esportiva Palmeiras e terá como destino receber, além das partidas de futebol, eventos de outras naturezas. A construção da Nova Arena, no mesmo lugar onde se encontrava o antigo e saudoso Estádio Palestra Itália ou Parque Antárctica, iniciou-se no ano de 2010 e tem previsão de inauguração no final do ano de 2013. Sem a aplicação de um centavo oriundo de verbas públicas, a transformação do Estádio Palestra Itália em Arena, teve seu custo previsto em torno de R$ 300 milhões de reais. A realização dessa grandiosa obra, sem ajuda governamental de qualquer espécie e em qualquer nível (nacional, estadual ou municipal) só foi possível devido a um acordo assinado entre A Sociedade Esportiva Palmeiras e a empresa WTorre Properties/Arenas, do Grupo Wtorre. Nesse acordo, ficou estabelecido que, entre outras questões, a WTorre administrará a Nova Arena durante 30 anos exercendo totais direitos de uso,  arcando com todas as despesas decorrentes da construção, uso e manutenção. Caberá à Sociedade Esportiva Palmeiras participação percentual nesses lucros que irão gradativamente crescendo no decorrer dos anos. O novo estádio tem previsão de capacidade para 46 mil lugares para espectadores sentados em partidas de futebol seguindo todas as recomendações/exigências da Federation International Footbol Association (FIFA). Várias outras benfeitorias também estão previstas como amplo estacionamento, quadras poliesportivas, etc. Segundo consta, o principal idealizador desse projeto e responsável pelo acordo com a Wtorre foi o Sr. Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras no biênio 09-10.
Apesar de todos esses aspectos que envolveram o acordo que possibilitou à Sociedade Esportiva Palmeiras adquirir sem custo algum um estádio novo, moderno e altamente rentável, não foram poucas as manifestações de “conselheiros” contrários à construção da obra Inicialmente colocando-se em oposição à formalização do acordo entre a Sociedade Esportiva Palmeiras e a empresa Wtorre e, depois de formalizado o contrato, manifestando-se contrários ao início das obras e, pior ainda, sugerindo a paralização das obras depois de iniciadas. Entre as manifestações, pode ser observada em matéria publicada em 28 de abril de 2011, na qual é apresentado um relato de entrevista do Sr. Mustafá Contursi ao site GLOBO ESPORTE, aos jornalistas Diego Ribeiro e Juliano Costa, conforme segue:
MUSTAFÁ CONTURSI REPROVA ARENA PALESTRA: “TOMARA QUE PARE A OBRA”
Crítico ferrenho da construção da Arena Palestra nos moldes propostos pela WTorre – com anuência da diretoria anterior, comandada por Luiz Gonzaga Belluzzo -, o ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi sugere que as obras sejam paralisadas imediatamenteAinda com enorme influência dentro do clube, o ex-presidente quer a revisão de vários pontos do contrato firmado com a WTorre. E diz que, caso a empresa não concorde, a saída pode ser judicial – mesmo que, para isso, “a comunidade palmeirense” tenha de arcar com os custos da reforma de um estádio que, hoje, está quase todo no chão.
Pelo contrato, a WTorre se compromete a bancar todo o investimento na Arena, orçada em R$ 300 milhões, mas fica com parte de todos os lucros gerados – renda de jogos, eventos, shows, venda de cadeiras, camarotes, etc. – por 30 anos. Mustafá quer reduzir isso pela metade. Nos cálculos do ex-presidente, a WTorre já vai recuperar todo o investimento em cinco anos.
Para Mustafá, a empresa e a antiga diretoria do clube agiram de “má fé” ao pressionar conselheiros e sócios a votarem pela aprovação do contrato. Mais de 80% se posicionaram a favor. Mustafá credita isso a uma “gigantesca estratégia de marketing”, criada para explorar o anseio da torcida em ter um estádio moderno “a qualquer custo.” Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, Mustafá defendeu seus pontos de vista..
GE: Que pontos o senhor gostaria que fossem revistos no contrato?
MC: Primeiro o prazo. Outra questão é aquele desastre todo dentro do clube. O cronograma não foi respeitado, é um absurdo, só isso já era suficiente para desqualificar a empresa. Primeiro deveriam mexer nas áreas sociais para depois iniciar a demolição.
GE: Mas o cronograma foi afetado por fatores alheios à vontade da empresa. Foram pelo menos dois anos para conseguir a liberação da Prefeitura.
MC: E como você vai confiar numa empresa que não sabe que a Prefeitura demora dois anos para liberar uma planta? Ela demora oito meses para liberar a planta de uma casa! (A WTorre) propõe um cronograma desses, engana 15 milhões de torcedores e agora quer bater na gente. Estão fazendo chantagem, mas não vamos nos acovardar em busca dos nossos direitos e convicções. Tudo está voltado para a ameaça. Vamos parar a obra? Ótimo!Tomara que pare a obra! Como não sabiam que demoravam dois anos e meio para aprovar um projeto?

GE: Quando o cronograma foi apresentado, ninguém questionou isso?
MC: Mandamos para todos os associados um documento para o debate. Queríamos debater. Não houve debate. Na minha opinião, 80% dos conselheiros que aprovaram não tiveram conhecimento de cronograma, nada disso. Houve uma publicidade que levou a mensagem dizendo que era a modernidade, o futuro, que tínhamos de lutar por isso. Era a manifestação geral. Não estávamos contra, mas faltou o debate. Hoje o clube gasta milhares de reais para ter atividades fora do clube. Perdemos associados a cada mês. De janeiro para cá está acontecendo isso, são quase 3 mil a menos. Caiu de 13.160 para 10.830 em três meses.
GE: O senhor acha que houve má fé da empresa? Da diretoria anterior?
MC: De 80% daqueles que aprovaram, não.
GE: E dos que apresentaram o projeto?
MC: Sim, sem dúvida nenhuma.
GE: Mas má fé da empresa ou da diretoria que comandou o negócio?
MC: Acho que houve cumplicidade. Se os debates se estendessem, a relação de acordo não seria da forma como interessava para a empresa. Aquela ansiedade de ter um estádio moderno, ter Copa do Mundo... Tudo isso que está feito para ter dois jogos de Copa do Mundo não vale o risco.
GE: Mas o presidente Belluzzo sempre falou que não era para ter Copa. O projeto para 45 mil lugares não previa isso...
MC: Com 45 mil daria para ter. Os publicitários formadores de imagem falaram inclusive que iam trazer a Itália para jogar aqui.
GE: Para treinar, não?
MC: Não, jogar.
GE: Não, senhor. Nunca falaram em jogos de Copa. A ideia era trazer a Itália para treinar no novo estádio.
MC: Que seja.
GE: É diferente.
MC: Treinar é no Centro de Treinamento, está bom, não tem importância. Mas ouvi muitas vezes que teria jogo da Itália. Bem, isso é insignificante. Enfim, quem assinou não agiu levianamente, mas agiu sobre o impacto da ansiedade de ter uma nova arena. Achavam que não podiam dizer não.
GE: Foi tudo precipitado, então?
MC: Claro, por isso pedimos o debate. Provei em uma reunião que em cinco anos a empresa recupera o investimento. Em 15 anos seria um contrato muito interessante, que era o nosso projeto inicial.
GE: De qualquer forma, o projeto foi votado e passou. O senhor foi voto vencido.
MC: Houve etapas não cumpridas. Sou intransigente na defesa dos interesses do clube. Há um dispositivo no Código Civil que diz que você pode contestar acordos em que há desequilíbrio entre as partes. Temos de lutar para melhorar a relação do Palmeiras, ou com essa empresa, ou com outra que vier...
GE: O senhor falava em construir a Arena, mas não conseguiu e recebe muitas críticas por isso.
MC: Desde os anos 90 há essa expectativa em torno do novo estádio. Foi por isso que houve aquela ansiedade que eu disse. Reconheço a responsabilidade que nós tivemos, mas já tínhamos começado o prédio de camarotes (do lado direito das cabines de TV, perto das piscinas). Era só demolir o restaurante e abrir os 149 camarotes, o dinheiro estava lá. O plano estava sendo seguido. Não estou comparando gestões. Não aconteceu? Paciência. Mas não é por isso que vai acontecer da pior maneira para o clube.
GE: O presidente Arnaldo Tirone o consulta antes de decisões sobre a Arena?
MC: Tenho colaborado pontualmente, como colaboraria em qualquer gestão. Minha manifestação é dentro do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização). O Tirone anda muito ocupado, por todos os problemas que o Palmeiras está enfrentando.
GE: O senhor acha que as obras podem mesmo ser paralisadas?
MC: Paralisar a obra não, porque aí o Palmeiras teria de tomar providências para finalizar isso de outra forma.
GE: Mas no início da entrevista o senhor disse: “Tomara que pare a obra”.
MC: Se for decisão deles, tomara que pare e vamos discutir. O Palmeiras não vai parar, vai procurar seus interesses, com eles (WTorre), ou com outros, ou com a própria força.
GE: Se fosse para a Justiça, a empresa estaria muito bem respaldada, não? Afinal, está tudo assinado pelo Palmeiras.
MC: Mas eles não estão cumprindo com vários pontos daquilo que foi assinado. E fantasiam muito. Eles falam que o Palmeiras deixaria de gastar R$ 9 milhões por ano nos jogos, mas provei no Conselho Deliberativo que são R$ 3 milhões.
GE: O senhor tem dito que a WTorre poderia recuperar em cinco anos todo o investimento feito na Arena (R$ 300 milhões) e o que viesse depois seria lucro para eles (por 25 anos). Como chegou a esse cálculo?
MC: Veja, nos cinco primeiros anos de cessão, o Palmeiras receberia 5% dos direitos de todo o faturamento da Arena. Em números redondos, seriam R$ 15 milhões. Para que o Palmeiras receba pelos 5% esse valor, quanto seria esses 95%?
GE: R$ 285 milhões...
MC: Isso, e esse número foi produzido por eles (Mustafá apresenta um prospecto feito pela própria empresa, mostrando o quanto o novo estádio renderia por ano). São números deles. O Palmeiras também receberia 20% sobre locações para jogos, shows, restaurante, lanchonete, academia, eventos... Nos primeiros cinco anos, 20% totalizam R$ 19 milhões. A WTorre receberia 80%, quatro vezes esse valor.
GE: Por volta de R$ 76 milhões...
MC: Sim. Some isso aos R$ 285 milhões e dá R$ 361 milhões. Ou seja, em cinco anos eles já pagaram o estádio.
GE: Mas é um investimento da empresa, que está entrando com um dinheiro que o clube não tem para construir algo que o clube sempre quis. Natural que a empresa vá querer a contrapartida o mais rápido possível e o lucro por mais tempo, não? O Palmeiras concordou. O contrato está assinado.
MC: Sim, não estou discutindo o que eles fizeram, mas sim o que o Palmeiras fez. O que levou a fazer um negócio desses aí? A empresa não iria achar ruim, claro. Mas estou falando do equilíbrio entre as partes. São R$ 361 milhões em cinco anos para eles. E a gente?
NOSSO COMENTÁRIO
Ao observar as “palavras” do entrevistado entende-se a necessidade de destacar alguns pontos específicos. Entre esses pontos observamos que o Sr. Mustafá Contursi nem de longe lembra aquele Mustafá Contursi que em sua gestão mudou o estatuto do clube criando um movimento de censura sobre os associados e conselheiros. Não parece-lhe estranho, caro leitor, que apareça esse senhor solicitando democracia e a realização de debates e mais debates sobre a questão do acordo entre a Sociedade Esportiva Palmeiras e a WTorre? Outro ponto interessante foi observar o entrevistado usando um fato inverossímil (o uso da Arena na Copa de 2014) ou por má fé ou por desconhecimento a fim de justificar a sua opinião de que o acordo entre o Palmeiras e a WTorre ocorreu à toque de caixa. Em outro ponto, ainda que o próprio entrevistador tenha mostrado que a decisão sobre o fechamento do contrato entre o Palmeiras e a WTorre não foi decidida em um processo de consulta em que ele - Mustafá -  foi derrotado ainda assim, o entrevistado resiste em aceitar a derrota do seu grupo, falando até em código civil com a finalidade de anular uma decisão em que 80% do conselho mostrou-se favorável. Não estaria, caro leitor, o próprio Mustafá Contursi ofendendo um dos itens do estatuto que ele mesmo ajudou a construir ao estar realizando críticas diretas ao processo legítimo que levou ao conselho decidir favoravelmente pelo acordo entre a Sociedade Esportiva Palmeiras e a WTorre? Não seria interessante se o Sr. Mustafá Contursi pudesse ser “punido” por esse ato?  Outra questão a ser observada são os argumentos finais do Sr. Mustafá que o levam a posicionar-se contra a Nova Arena. Nesses argumentos a principal preocupação parece ser o lucro que a empresa WTorre irá ter, segundo ele o lucro será tão grande que em um prazo de cinco anos a empresa já terá o retorno de todo o investimento realizado. Então, em nenhum instante o entrevistado fala que a Sociedade Esportiva Palmeiras terá prejuízos com a Arena construída, a não ser no processo natural da construção, com o afastamento de alguns sócios, mas, não há como construir sem um “pouco de bagunça”, há?  As críticas do entrevistado sobre o acordo parecem ser muito mais pelo que ele considera como “pouco lucro” do Palmeiras nos anos iniciais. Caro leitor, se o saudoso Palestra Itália continuasse em pé, que lucro o Palmeiras teria em termos de grandes eventos? E os custos de manutenção que o clube deixará de pagar com a Nova Arena, isso também não acaba revertendo-se em lucro?  Sobre as “reformas” que o Sr. Mustafá Contursi afirma ter começado, a quem beneficiaria a construção de um prédio com mais de 140 camarotes?
Em 04 de Maio de 2011, Paulo Vinícius Coelho, jornalista da ESPN, teceu comentários em seu blog  criticando a exigência de um seguro-garantia por parte do Sr. Arnaldo Tirone, presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras quando do início das obras da Nova Arena:
ESPECIALISTA DIZ QUE EXIGÊNCIA DO PALMEIRAS NÃO EXISTE NO MERCADO
A AON patrocina o Manchester United e é reconhecida como a principal empresa de seguros do mundo. No Brasil, seu diretor de produtos financeiros, Adriano Lanfranchi de Almeida, foi consultado por este blog para saber qual sua opinião sobre a exigência do Palmeiras, de ter um seguro-garantia de 100%, antes de assinar a ratificação da escritura da Arena Palestra. “Se o clube está dizendo isso, trata-se de uma bobagem. No mundo inteiro, não existe seguro dessa ordem para obras desse tipo.”A ratificação é o cumprimento de uma formalidade burocrática. A escritura foi assinada em junho de 2010, com a ressalva de que deveria ser ratificada quando estivesse estabelecido o seguro-garantia. Antes disso, os Conselhos Deliberativo e Fiscal do Palmeiras já haviam aprovado o contrato para a construção da nova Arena.
Segundo Lanfranchi, os seguros-garantia foram criados no Brasil pela lei de licitações públicas, em 1993. Não têm por objetivo ressarcir o valor integral do projeto. Não se trata de um seguro como de um automóvel, com indenização prevista no valor avaliado do produto. Trata-se de um seguro de performance, ou seja, uma apólice que protege da falência da construtora. Que remunera uma parte do valor total a ser gasto, para ser aplicado enquanto se negocia outra construtora. “O dinheiro a ser pago varia de 5% a 20% do valor da obra, pela lei”, explica Adriano Lanfranchi. No caso da Arena Palestra, o seguro-garantia é de 38%. Em todas as reformas de estádios para a Copa do Mundo, Maracanã e Mineirão incluídos, a apólice é de 10%.
O presidente do Palmeiras considera desnecessário ter pressa para assinar a ratificação da escritura da Arena Palestra. A W. Torre deu prazo até sexta-feira. Tirone julga que pode não haver tempo para fazer isso, se precisar ouvir o Conselho Fiscal.
“Preste atenção. Eu vou ouvir o Conselho Fiscal, mas isso não significa que eu não vá assinar. Eu tenho o meu tempo. Esse é um negócio grandioso e não pode ser resolvido com pressa”, justifica o presidente do Palmeiras.
Tirone tem sido um bom presidente para o Palmeiras e toma decisões ao seu estilo, definido por aliados como “bagre ensaboado”. Esquiva-se e consegue o que pretende. No caso da Arena, pode ser diferente. Pela estrutura política do clube, é quase impossível contentar a todos os lados. O presidente terá de tomar uma posição clara, definitiva e rápida. Ou assina e entra na história como o dirigente que ergueu o novo estádio, ou não assina e deixa o clube em obras por tempo indeterminado.
Em ambos os casos, terá desafetos. Ou o grupo político de Mustafá Contursi, que faz restrições ao projeto da Arena. Ou um grupo de sócios que já anuncia processar Tirone por gestão temerária, no caso de atrasar a construção do estádio.
O empresário Walter Torre, sócio da construtora W. Torre, diz que a exigência de que a ratificação da escritura seja assinada até sexta-feira não se dá por uma queda-de-braço com o clube, mas como garantia para cumprir compromissos do momento atual da Arena: "Não se trata de minha empresa ficar nervosa com a relação com o Palmeiras, mas da necessidade de realizar compras importantes para este momento da obra", disse, em entrevista à rádio Bandeirantes, na última segunda-feira.
Além da ampliação do seguro-garantia, o Palmeiras exigiu ter acesso ao cronograma de obras. A construtora responde que o cronograma sempre esteve à disposição do clube e que só não tem sido visto porque o antigo diretor, José Cyrillo, responsável pela comunicação com a W. Torre, não foi substituído depois das eleições para presidente do Palmeiras.
NOSSO COMENTÁRIO
Suspeita-se, nesse caso, de pura e simples manobra política por parte do Sr. Arnaldo Tirone ao realizar tal ato. Será que o Sr. Tirone imaginava que após todos os acertos realizados e ratificados pelos conselhos gestor e fiscal da Sociedade Esportiva Palmeiras seria possível sobrepor a sua vontade à decisão dos conselheiros ao realizar exigências totalmente fora dos padrões do mercado?  Caro amigo leitor, será possível que essas ações do Sr. Arnaldo Tirone não estivessem ocorrendo por influências do Sr. Mustafá Contursi? Questiona-se isso porque mais tarde, no dia 04 de dezembro de 2012, publicou-se no portal GLOBO com palavras do Sr. Arnaldo Tirone reconhecendo a importância da Arena afirmando que com o novo estádio o Palmeiras se tornará um dos clubes mais ricos do Brasil. Entende-se importante, nesse caso, ressaltar que tal reconhecimento do Sr. Tirone deu-se após o rompimento das relações de apoio à sua gestão por parte do Sr. Mustafá Contursi, noticiado na mídia em julho de 2011.
 Ainda sobre a tentativa da gestão Tirone em “dificultar” o andamento das obras da Nova Arena, no dia 11 de Maio, o jornal O ESTADO DE SÃO PAULO publicou a seguinte notícia:
OBRAS NA AREA PALESTRA ESTÃO PARALISADAS POR TEMPO INDETERMINADO
Os funcionários da WTorre, que nas últimas semanas começavam o seu trabalho na reforma do Palestra Itália diariamente às 8 horas, vão ter de mudar a rotina a partir desta quarta-feira. Eles já foram avisados que as obras para a futura Arena Palestra estão momentaneamente paralisadas. O presidente da empresa, Walter Torre, cansou de esperar pela definição de Arnaldo Tirone e resolveu dar um basta na situação. Sua medida pode ser revista caso o presidente palmeirense assine o novo contrato.
Torre aguardava a assinatura de Tirone até o final da tarde desta terça, prazo final que já havia sido estendido em três dias. Na última segunda, diretores e conselheiros do clube se reuniram na Academia de Futebol para discutir o contrato e a nova proposta da empresa, mas nada ficou acertado. A maior reclamação do Palmeiras é em relação ao seguro da obra, o chamado "seguro performance", que cobre 38% do valor total da construção (o estádio vai custar cerca de R$ 300 milhões) caso ela não saia do papel.
A WTorre já havia aumentado esta quantia (era de apenas 10%), mas, mesmo assim, Tirone pede mais. "Incluímos ainda na escritura uma garantia pessoal, minha e dos outros diretores da empresa, garantindo a fiança caso a obra não saia", disse Torre, nesta terça, à Agência Estado. "Eu já não sei o que eles querem de verdade. Estamos desde 14 de janeiro aguardando a assinatura do documento", lamentou.
Como ainda acredita que o Palmeiras vá arcar com o seu compromisso, Torre aguarda uma posição do clube sem acioná-lo na Justiça. Este, aliás, seria o último passo da empresa. Se Tirone assinar o documento nesta quarta, as obras voltarão a ser executadas.
Torre alega já ter gasto R$ 40 milhões na reforma do estádio e não pretende encerrar o acordo com o clube. Porém, a história vai mudar caso o Palmeiras postergue ainda mais a assinatura final. "Já estamos preparados com a documentação e temos as ferramentas jurídicas. Estamos 100% dentro do contrato", garantiu Torre.
O primeiro passo seria cada um nomear o seu advogado e, então, eles escolheriam um terceiro perito para analisar o caso. Após isso, demoraria cerca de um mês para a resposta - e só depois a Justiça entraria em ação. A WTorre, no entretanto, espera que o Palmeiras resolva logo esse imbróglio para que as obras continuem. "Não queremos que (as obras) fiquem paradas", falou.
Alguns conselheiros do Palmeiras alegam que outras construtoras já teriam entrado em contato com o clube caso a WTorre desista do negócio. Essa era uma forma de pressionar a construtora, que não ligou para as notícias e confirmou o que vinha ameaçando há tempos.
NOSSO COMENTÁRIO
Quando são analisadas as notícias, não seria possível imaginar que todos os atos da diretoria da Sociedade Esportiva Palmeiras que levaram à paralisação das obras de construção do novo estádio teriam ocorrido de forma orquestrada? Se observarmos a entrevista inicial dada pelo Sr. Mustafá Contursi criticando com veemência o acordo realizado, ainda que aprovado por 80% do conselho, chegando a afirmar que queria a paralisação das obras. Se recordarmos o fato citado nos capítulos anteriores de que o Sr. Mustafá Contursi apoiou a candidatura do Sr. Tirone e, mais do que isso, posicionou-se como um dos seus conselheiros “de cabeceira”. Depois, observando as exigências contratuais descabidas do Sr. Arnaldo Tirone tentando sobrepor a sua vontade à já declarada aprovação dos conselhos gestor e fiscal.  Os fatos não se encaixam? Porém, em nome do bom senso, ou, mais provavelmente por pressão política, o Sr. Arnaldo Tirone acabou assinando o contrato com a WTorre em 13 de maio, pondo fim ao imbróglio por ele mesmo criado.
Resolvido o problema? Danilol Lavieri, setorista do portal IG, publicou a seguinte notícia, em 29 de Setembro de 2011:
INDEFINIÇÃO DE LOCAL DA SAUNA ATRASA OBRAS DA ARENA PALESTRA
Afinal, onde vai ficar a sauna do Palmeiras após as reformas da nova Arena? A pergunta que parece ser irrelevante para o torcedor que só pensa no time de futebol está causando uma verdadeira dor de cabeça para a WTorre e também para a comissão que representa os interesses do clube. Sem um lugar no projeto que foi assinado antes das obras começarem, a pequena sala que servirá para sócios suarem um pouco está atrapalhando o andamento das obras.
O enrosco começou ainda na administração passada, quando o representante do clube era José Cyrillo Júnior. O conselheiro havia acordado com a empresa de engenharia que, para as reformas não atrasarem muito por causa da sauna, as obras começariam antes mesmo desta definição. O acerto seria feito entre eles durante as demolições. Fato é que um acordo não saiu, a administração mudou e os representantes também. Agora, nomes como Pasquale Bruno e Alberto Strufaldi conversam com representantes da WTorre atrás de uma solução, mas ainda não a encontraram.
“Quando eu saí do Palmeiras, passei tudo para o Strufaldi. Assinamos um projeto sem um lugar para ela, mas conversaríamos a respeito. Inicialmente, a sauna ficaria nos vestiários, mas vimos que isso tiraria muito espaço útil do vestiário, por isso chegamos a conversar em colocar no prédio de quadras, mas ainda não tínhamos chegado a um acordo definitivo”, disse Cyrillo, que hoje não tem função administrativa e recebe críticas por ter "escondido" o projeto enquanto estava à frente das definições.
Em conversas recentes com a empresa, chegou-se a um acordo de que a sauna seria construída na área em cima dos novos vestiários, onde, originalmente, ficarão os caminhões das televisões que fazem a transmissão do jogo. Para que isso acontecesse, o clube cederia espaço de duas quadras durante os dias de jogos para que os veículos pudessem ter um bom lugar para estacionar.
O problema é que as quadras, no projeto original, são de propriedade do clube e, para que isso fosse colocado no papel, para evitar problemas futuros, o Palmeiras precisaria assinar um documento cedendo a área por cerca de 30 dias ao longo do ano para a WTorre. Isso provocaria uma nova votação entre os associados, já que a mudança do contrato não pode ser feita sem a aprovação da maioria. Há, também, a ala de conselheiros que culpa Piraci Oliveira, dizendo que o diretor jurídico tenta de todo jeito atrasar a obra.
Sendo Piraci o responsável por isso ou não, a obra do estádio já está atrasada em cerca de 30 dias em parte do estádio. Isso porque o Palmeiras não quer ocupar o novo vestiário enquanto não tiver uma definição da sauna. Sendo assim, não desocupa os vestiários antigos, que ficam embaixo da arquibancada e também na parte inferior a parte do gramado que será derrubado, atrás do gol das piscinas.
Sendo assim, o processo de demolição daquele local fica prejudicado, assim como a etapa que faz as fundações para que o estádio possa crescer naquele local. Antes, o prazo era para que a desocupação dessas instalações fosse feita em 19 de setembro. Dez dias depois, ninguém prefere cravar uma data para que a mudança aconteça. Chegou-se a cogitar a instalação da sauna no prédio de quadras e no administrativo, mas ainda não houve acordo. Enquanto isso, WTorre e Palmeiras tentam entrar em acordo para que a obra não atrase ainda mais.
NOSSO COMENTÁRIO
Entende-se, nesse caso, importante recordar o fato de que o Sr. Piraci Oliveira, mais um dos conselheiros que buscou dificultar o desenvolvimento das obras de construção da Nova Arena, foi um dos três conselheiros entre os 173 votantes do Conselho Deliberativo que se  posicionaram contra a aprovação do projeto da construção de um novo estádio, antes mesmo de se definir pela escolha da empresa WTorre.

Amanhã, Capítulo 8: "Gestão Tirone e Frizzo: desorganização"

<< Ler Capítulos 5 e 6

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